8 fatos sobre sexo entre mulheres que nunca
quiseram que você soubesse
Estereótipos, fetichização e
pornografia acaba criando mitos sobre o que é, de fato, o sexo entre mulheres
lésbicas, bissexuais e entre outras pessoas com vulva
Por Camila Cetrone, redação Marie Claire —
São Paulo (SP)
04/02/2024 04h01 Atualizado há 4 meses
Esqueça tudo o que você aprendeu na pornografia: o sexo entre mulheres não segue roteiros, amarras e não é feito com aquele exibicionismo todo dos quais os homens héteros gostam tanto. O sexo entre mulheres lésbicas e bissexuais – assim como outras pessoas com vulva, como pessoas não binárias e homens trans – é cercado de desinformações que o tornam simplista e, especialmente, fetichizado.
No entanto, não é nada disso. Muitas das práticas mais comumente atreladas ao sexo entre mulheres poderiam ser adotadas em relacionamentos entre pessoas de outros gêneros. Aqui, contamos oito coisas sobre sexo entre mulheres e pessoas com vulva que podem nunca ter te contado ou querido que você não saiba.
Penetração não é dispensável
Ao contrário do “roteiro” estabelecido sobre sexo entre mulheres, a penetração pode acontecer. Vai do gosto de cada uma, tem quem goste e quem não goste. “E como faz?”, é a pergunta que geralmente pessoas heterossexuais fazem. Bem, podem ser usados dedos, dildos, vibradores e strapon (o famoso “cintaralho” aqui no Brasil). Vale lembrar: existem mulheres trans que são lésbicas ou bissexuais e que, se curtirem ser ativas, podem fazer a penetração.
Sexo oral não é a única forma de transar
Há quem pense que o sexo entre mulheres se resume apenas ao uso dos dedos e ao sexo oral. Seja no sexo entre pessoas de gêneros diferentes ou iguais, a noção é de que transar só é válido quando tem um órgão genital envolvido – e não é o caso! As mãos também são muito protagonistas e podem explorar o corpo todo em busca de zonas erógenas que, bem estimuladas, podem tornar o sexo mais prazeroso.
A boca também pode ir além: por que não investir em lambidas, mordidas e beijos distribuídos por outras partes do corpo?
Também não tem como esquecer da tesourinha, a posição sexual em que as vulvas se encontram e se esfregam uma na outra. Mas há variações: a fricção também pode acontecer em outras partes do corpo, como a perna, os seios ou as mãos.
Pode gostar de sexo anal, sim
Aqui você pode ter se surpreendido, certo? Mas, de novo, o “choque” está ligado ao suposto roteiro criado na pornografia que dita o manual do sexo entre mulheres e entre vulvas. Sim, mulheres lésbicas e bissexuais podem sentir tesão e gostar de sexo anal ou de ter a região estimulada. Se for seu caso, dedos, sex toys, vibradores e (muito) lubrificante são bem-vindos.
Claro que sexo entre mulheres pode transmitir Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)
Se o sexo for desprotegido, pode, sim, acontecer uma transmissão de IST. Infelizmente, os avanços para o desenvolvimento de um preservativo feminino confortável e eficaz acontece a passos lentos; e, no Brasil, não há uma opção especificamente para proteção de sexo entre vuvlas.
No entanto, há algumas opções que podem ser usadas: a mais conhecida é o dental dam, uma barreira odontológica de borracha que deixa o sexo oral seguro. Se for penetrar ou masturbar com as mãos, uma opção são os protetores de dedo e luvas.
As unhas precisam estar curtas — e isso não é piada
Nada de alongamentos, stilettos e unhas postiças! Por mais que no pornô sáfico seja recorrente ver mulheres de unhas longas, a regra aqui é o contrário: SEMPRE mantenha as unhas aparadas. Como as mãos e os dedos são parte fundamental do sexo entre mulheres, deixar as unhas maiores pode machucar o canal vaginal e deixar o sexo desconfortável.
Tapa na vulva é exceção e não é prazeroso para todas
Outro mito que veio do pornô: quantas vezes você já se deparou com cenas em que mulheres sáficas levam um tapa forte na vulva? Pode ter quem ache a sensação desse estímulo prazeroso, mas essa está longe de ser uma regra. Além disso, a região é muito sensível, e um tapa pode machucar. Prefira toques mais suaves ou a boa e velha siririca – ou, se quiser se aventurar no tapa, não aja sozinha: peça permissão ou pergunte para a outra se é algo da qual ela desfruta.
Pressa é inimiga da conexão
Esse deveria ser um fato para qualquer tipo de relação sexual entre qualquer pessoa. Transar gostoso leva tempo, atenção e tem que ter muita vontade e paciência para fazer funcionar – e para desfrutar também. Entre mulheres, essa dedicação é colocada como um dos pilares para a chama continuar acesa e para deixar se guiar pelo prazer.
Sexo entre mulheres também requer autodescoberta
Um dos melhores jeitos de descobrir o que pode ser prazeroso para outra pessoa é entender o próprio corpo. Quais tipos de toque mais te agradam? Como e onde você mais gosta de ser acariciada? Quais sensações, texturas e ritmos te trazem mais prazer? Coloque essas perguntas para jogo e experimente sozinha também – isso pode facilitar o caminho das respostas.
Fonte:https://revistamarieclaire.globo.com/sexo/noticia/2024/02/fatos-sobre-sexo-entre-mulheres-lesbico-que-voce-nao-sabia.ghtml
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