6 CARACTERÍSTICAS PARA RECONHECER A ASSEXUALIDADE E COMO ASSEXUAIS SE RELACIONAM, PODEM SE APAIXONAR E SE MASTURBAR; ENTENDA O ASSEXUAL DA SIGLA LGBTQIA+

 

A assexualidade é uma orientação sexual com muitas particularidades. Entenda alguns pontos
Créditos: zeynep boğoçlu/istock
A assexualidade é uma orientação sexual com muitas particularidades. Entenda alguns pontos

6 características para reconhecer a assexualidade


A assexualidade é uma orientação sexual, assim como a homossexualidadebissexualidade e heterosexualidade.

Assexuais são pessoas que não sentem atração sexual e não têm interesse em parceiros sexuais – independente do gênero. No entanto, isso não descarta uma atração romântica.

Muitos assexuais procuram um relacionamento feliz, mas para eles isso não tem necessariamente a ver com sexo.

Existem também formas mistas de assexualidade: alguns sentem atração sexual apenas muito raramente ou apenas sob certas condições. Por exemplo: quando não há um vínculo afetivo formado. Outros ainda sentem atração sexual, mas não fazem nada a respeito.

Sem desejo sexual

As pessoas que se identificam como assexuadas geralmente têm pouco ou nenhum interesse ou desejo sexual por outras pessoas e atividade sexual. Isso não quer dizer que elas não achem outras pessoas atraentes, apenas não têm nenhum pensamento sexual sobre elas. O foco está na estética ou no caráter do outro.

Nenhuma outra orientação sexual se aplica

Alguns indivíduos que não têm certeza sobre sua assexualidade geralmente sentem que não se encaixam em outras categorias sexuais.

Atração romântica existe

Não ter interesse sexual não quer dizer que essas pessoas não queiram ter um relacionamento afetivo. Elas podem, sim, ter atração romântica por outro indivíduo, bem como gostar de toques e carinho.

A sexualidade pode ser repulsiva

Algumas pessoas assexuadas podem se abster de sexo, enquanto outras acham o sexo repulsivo. No geral, existem diferentes preferências e gradações na orientação assexual.

Pouco entendimento sobre relações sexuais

Pessoas assexuais costumam ter dificuldade em entender por que outras pessoas investem tanto tempo e interesse em relações sexuais, já que para elas isso não tem importância.

Uma vida feliz sem sexo

Pessoas assexuais podem ser completamente felizes com sua vida sem sexo. E mesmo se sentindo pressionadas a gostarem de sexo por conta de influências de amigos e familiares, não querem se curvar à pressão da sociedade.

As causas da assexualidade são amplamente desconhecidas

A ciência ainda não sabe muito sobre assexualidade. Mas o assunto é levado a sério e não descartado como um distúrbio.

Assexualidade também não é o mesmo que abstinência. Porque o último significa abster-se de atividades sexuais, embora a motivação existam em princípio.

No caso da assexualidade, não há causas orgânicas ou hormonais. Fisicamente, as pessoas assexuadas são capazes de fazer sexo, só não sentem vontade.

Alguns sexólogos suspeitam que há por trás da assexualidade uma função diferente naquelas áreas do cérebro que controlam o desejo.

No passado, as causas psicológicas eram usadas como explicação: experiências sexuais negativas, como abuso na infância ou estupro, depressão ou homossexualidade não realizada.

Hoje, porém, entende-se que a assexualidade é inata e simplesmente uma manifestação da sexualidade humana.

Fonte:https://catracalivre.com.br/saude-bem-estar/6-caracteristicas-para-reconhecer-a-assexualidade/

As pessoas assexuais possuem diferentes graus de atração, por isso, não se pode afirmar que todas são iguais

Como reconhecer a assexualidade?

É importante deixar claro que assexualidade não é o mesmo que celibato ou abstinência.

Para ficar mais claro, veja abaixo alguns sinais que podem indicar assexualidade. Lembrando que essas características mudam muito de pessoa para pessoa.

Dentro da assexualidade, existe um amplo espectro com diferentes ‘sub-orientações’ que a compõe. Por isso, não se pode afirmar que todos assexuais são iguais.

Assexuais se relacionam, podem se apaixonar e se masturbar; entenda o A da sigla LGBTQIA+

A assexualidade é uma orientação sexual que não é passível de tratamento.

Por Fernanda Berlinck, g1

09/07/2023 05h00  Atualizado há um dia


O 'A' da sigla LGBTQIA+ representa os assexuais. São pessoas, em linhas gerais, que não sentem atração sexual ou necessidade de ter relações sexuais. Mas esta é uma definição simplificada do grupo que se define como assexual. A assexualidade é uma orientação sexual e o termo pode ser usado como um guarda-chuva dentro do espectro de pessoas assexuais.

Existem diversas identidades dentro do espectro, como explica Michelle Sampaio, psicóloga especialista em sexualidade humana pela Faculdade de Medicina da USP. Entenda, a seguir, as "sub-orientações" existentes dentro da comunidade de assexuais.


  • Assexual estrito: que não sente atração sexual alguma por nenhum gênero.

  • Demissexual: que não sente atração sexual, mas que, ao desenvolver um vínculo afetivo com outra pessoa, pode, eventualmente, sentir alguma atração sexual (em graus diferentes).
  • Grayssexual: que raramente sente atração sexual, apenas em situações muito específicas.
  • Assexual Fluido: que em certo momento pode se sentir como um demissexual, depois como grayssexual ou como um assexual estrito. A pessoa transita entre orientações assexuais (assexualidade não-fixa).

O que é assexualidade?


🏳️‍🌈 A assexualidade está representada pela letra "A" na sigla LGBTQIA+. Segundo dados do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, quase 8% das mulheres brasileiras e 2,5% dos homens, entre 18 e 80 anos, são assexuais.

Vale ressaltar que existe diferença entre os termos "assexuado" e "assexual". O assexuado, reforça a psicóloga, seria a pessoa sem sexualidade. Por sua vez, o assexual tem sexualidade, mas não sente desejo sexual.

"Isso não significa que a pessoa não tenha necessariamente desejo sexual na vida dela. Pessoas assexuais podem se perceber com desejo ou decidirem ter uma relação sexual", afirma.

 

Assexuais se relacionam?


Michelle também comenta que muitos assexuais buscam relacionamentos afetivos, sem que precisem, necessariamente, ter uma vida sexual ativa. No consultório, a psicóloga percebe que há alguns anos existia uma dificuldade de pacientes em se relacionarem ou falarem sobre o assunto. "A assexualidade é algo mais recente de se falar, antes meus pacientes achavam que seriam cobrados", relata.

Não existe uma regra, pontua Michelle. Algumas pessoas assexuais se apaixonam ou buscam parceiros de vida, outras não se pautam por relações amorosas por, simplesmente, não sentirem falta. E estão bem assim.

Dependendo da pessoa, ela pode, inclusive, eventualmente, se masturbar — mas não costumam perceber prazer ou ter vontade de.


 

Assexualidade não é transtorno


Não existem teorias que comprovem quaisquer questões fisiológicas. Michelle Sampaio esclarece que a assexualidade é uma orientação sexual que não é passível de tratamento. "Muitas vezes, a pessoa que vem buscar o tratamento psicológico com a dificuldade de lidar com a sexualidade ou com a sociedade", conta.

A designer gráfica Sara Hanna, 38 anos, descobriu a identidade assexual aos 28 anos. Desde que teve acesso ao termo até hoje, ela passou por um processo de se entender dentro do espectro, de revisitar seu passado e de se unir com outros assexuais para criar o Coletivo Abrace.

Entre as lutas do coletivo, Sara menciona a busca por políticas públicas: "Ouvimos muitos relatos de hormonização compulsória, tratamentos psiquiátricos ou questões sociais de exclusão". A assexualidade, repetem Sara e Michelle, não precisa de tratamento.

Dentro dos vários alertas dentro do ativismo estão questões relacionadas à saúde física e mental de pessoas assexuadas. Ela relata que alguns assexuais precisam mentir em consultas médicas para conseguirem ter acesso ao básico. "Se a pessoa diz que não faz sexo, alguns profissionais entendem que a pessoa não precisa fazer alguns exames", comenta a designer.


'Eu prefiro bolo'

🍰 A frase "eu prefiro bolo" é uma forma leve de comunidades falarem sobre a assexualidade. Porém, nem sempre a sociedade lida com o assunto com tanta delicadeza.


Ao relembrar sua trajetória, Sara Hanna conta que é comum que pessoas assexuais escutem "vou te ensinar a gostar de sexo". A designer já teve relações sexuais, já namorou e já casou. Desde que se identificou com a demissexualidade e com a grayssexualidade, procurou deixar claro aos parceiros sua orientação sexual.

Mas a verdade, diz Sara Hanna, é que ela não sente vontade ou falta em se relacionar com outras pessoas.

"Não me fecho, mas não busco [relacionamentos]. Não muda nada, não sou fechada a isso, tenho uma vida social bem ativa. Conheço muitas pessoas assexuais que entram em aplicativos de relacionamento, eu não tenho vontade, não faz falta", conta.

Aos 28 anos, quando entrou em grupos online e leu relatos que pareciam a sua vida, que ela compreendeu a assexualidade. "Foi doloroso, eu diria... Me entender assexual foi mais difícil porque percebi muitas situações que, se eu soubesse, eu não teria me colocado", desabafa.

"Entender que não era uma doença foi libertador, mas ao mesmo tempo trouxe esse peso de recordações, de situações que eu tinha me deixado violar por pressões que não precisaria".

Atualmente, Sara Hanna fala abertamente sobre a sua orientação sexual, seja em entrevistas ou em uma mesa de bar. E quanto mais ela conversa sobre o assunto, mais percebe pessoas ao seu redor que também se identificam com a assexualidade, sejam homossexuais, bissexuais ou pessoas da comunidade LGBTQIA+.


Fonte:https://g1.globo.com/saude/sexualidade/noticia/2023/07/09/assexuais-se-relacionam-podem-se-apaixonar-e-se-masturbar-entenda-o-a-da-sigla-lgbtqia.ghtml



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