Novas formas de romance: qual o futuro do amor? Getty Images
Novas formas de romance: qual o futuro do amor?
As nomenclaturas para os tipos de relacionamento são várias – monogâmicos, poliamor, relação aberta – mas, para além dos rótulos, será que existe uma tendência de como será o futuro?
Por Malu Pinheiro (@mariluisapp)
30/03/2022 13h30 Atualizado há um ano
Monogamia, poliamor e relacionamento aberto
A mais velha conhecida de nós, a monogamia é a relação afetiva e sexual estabelecida, e desenvolvida, com um só parceiro. “Enquanto a não-monogamia é quando você tem uma relação afetiva ou sexual com mais de uma pessoa”, diz Danielle H. Admoni, psiquiatra na Escola Paulista de Medicina UNIFESP.
Já o poliamor é quando existe a possibilidade de se estabelecer em várias relações sexuais e amorosas ao mesmo tempo, e com a concordância dos envolvidos. Para Danielle, o poliamor impacta na questão afetiva. “Por exemplo, um trisal, onde se existe um relacionamento estável entre três pessoas”, diz.
Além desses, há também o relacionamento aberto – que também tem ganhado força nos últimos tempos, e não deixa de ser uma forma de não-monogamia. “É um termo abrangente para qualquer parceria física ou romântica que não esteja baseada na exclusividade, e que pode incluir outras pessoas ou amantes no relacionamento”, explica a neuropsicóloga Roselene Espírito Santo Wagner.
Esses formatos, no entanto, já foram identificados em outros tempos e diversas sociedades. “Independente de época, punições e impedimentos, homens e mulheres sempre conseguiram escapar dos limites impostos pelo matrimônio considerado tradicional”, diz Roselene. É o que acredita também Lelah Monteiro, sexóloga e psicoterapeuta de casal. “Eu creio que os formatos sempre existiam, mas na modernidade estão mais explicitados, discutidos e validados socialmente”, afirma.
E qual o futuro do amor?
Para responder esta pergunta, não há consenso. Lelah acredita que naturalmente não somos monogâmicos. “É o que diz a nossa biologia e também a psique. A questão cultural, e principalmente religiosa, colocou a monogamia como imposição, mas seres humanos naturalmente não são de essência monogâmicos”, diz. Aliás, a sexóloga acredita que esses rótulos, inclusive, são desnecessários. “Amor não tem a ver com compromissos ou formas de relacionamentos. Ele deveria ser maior que tudo isso”.
A psiquiatra, no entanto, enxerga uma maior liberdade nas experiências, e não uma tendência a não-monogamia. “Eu acho que as pessoas estão se permitindo vivenciar outros relacionamentos que não os tradicionais”, diz Danielle.
E, para a neuropsicóloga, talvez estejamos sim caminhando para relacionamentos não-monogâmicos. “Já estamos há muito tempo caminhando na esteira da liberdade sexual”, afirma. E, para ela, o amor sempre se reinventa: “A natureza traz novos arranjos e novas formas de se relacionar, mas não exclui o amor e nem o romantismo. Ainda que o sexo seja o que atrai, o amor é o que mantém e o que sustenta a relação”.
Fonte:https://glamour.globo.com/lifestyle/amor-sexo/noticia/2022/03/novas-formas-de-romance-qual-o-futuro-do-amor.ghtml
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