Compulsão sexual: quando se perde o controle?
Há algumas pessoas que têm problema de compulsão sexual. Dessa forma, o indivíduo não consegue controlar o seu comportamento sexual.
Os pensamentos e desejos sexuais são tão frequentes que atrapalham o dia a dia da pessoa. O que acontece é uma interferência na capacidade de trabalhar ou de estudar, e de manter as relações e concluir tarefas simples.
Há pessoas que definem esse comportamento sexual excessivo como uma tipo de dependência sexual. Todavia, de acordo com a Associação Americana de Edcadores, Conselheiros e Terapeuras da Sexualidade (AASECT), não há dados empíricos de que o vício em sexo e o vício em pornografia sejam diagnosticados como transtornos psicológicos.
No entanto, é uma condição que pode ser tratada por psicólogos e psiquiatras e deve-se procurar tratamento.
A compulsão sexual pode ser, ainda, um assunto delicado e considerado por muitas pessoas como um tabu. Entretanto, quando a compulsão se torna um fator de empecilho na qualidade de vida, é necessário buscar ajuda.
A terapia sexual é uma forma de tratamento eficaz, que pode te ajudar a lidar com os sintomas e ter um resultado duradouro. Os principais profissionas que atuam na área da seoxlogia são:
- psicólogos;
- médicos.
Neste artigo, será abordado temas como: o que a compulsão sexual, sintomas, causas, diagnóstico, complicações e tratamento. Ainda será possível se identificar quando se perde o controle da situação.
O Que É?
O Manual de Diagnóstico e Estático de Transtornos Mentais (DSM-V) e a American Psychiatric Association (APA) não consideram a compulsão sexual como um transtorno de disfunção sexual.
Em compensação, a OMS (Organização Mundial da Saúde) considera o comportamento sexual compulsão como um transtorno de impulsão, que é classificado como um padrão persistente de falha ao controlar os impulsos sexuais.
Além disso, a organização incluiu a compulsão sexual no CID-11 (Classificação Internacional de Doenças).
Vale ressaltar que o comportamento sexual compulsivo pode ser chamado, também, de:
- hipersexualidade;
- compulsão sexual;
- transtorno de hipersexualidade;
- vício sexual ou vício em sexo.
O transtorno é considerado uma preocupação excessiva com estímulos, impulsos, fantasias e outros comportamentos sexuais, que são difíceis de controlar.
Dessa maneira, a compulsão sexual traz muita angústias e afeta, de forma negativa, a saúde mental e física, os relacionamentos, o trabalho e o estudo e diversas outras áreas da vida de uma pessoa.
A grande caracterísitcas da compulsão sexual é por ser envolvido com uma grande variedade de experiencias sexuias, que são consideradas agradáveis, mas, em excesso, podem ser prejudiciais. Por exemplo:
- mastrubação;
- sexo online ou sexo cibernético;
- auxilio de pornagrafia;
- pagamentos por sexos;
- diferentes/múltiplos parceiros sexuais;
- fetiches.
A partir do momento que esses comportamentos se tornam uma necessidade e muito frequentes, eles podem prejudicar a vida de um indivíduos e daqueles que o cercam. Assim sendo, nesse momento, é possível que esse comportamento seja considerado uma compulsão sexual.
Ademais, independentemente da forma que é chamada, a compulsão sexual não pode prejudicar alguns pontos da sua vida:
- autoestima e autoconfiança;
- carreira profissional;
- relacionamentos;
- saúde física;
Se você está com problemas sexuais ou conhece alguém que está com esse tipo de dificuldade, procure ou indique algum profissional da área da sexualidade.
Sintomas Da Compulsão Sexual
Os sintomas do transtorno da compulsão sexual estão ligados ao comportamento e a frequência em que acontece. Assim sendo, os principais sintomas incluem:
- fantasias sexuais recorrentes e intensas;
- impulsos e comportamentos que duram muito tempo e estão fora de controle;
- motivação a prática de comportamentos sexuais;
- remorso após a realização de muitos atos sexuais;
- tentativa falha de reduzir os comportamentos, desejos e fantasias sexuais;
- utilização do comportamento sexual como uma forma de fuga dos problemas;
- aparecimento de condições psicopatológicos, como depressão, ansiedade e estresse;
- atos inconscientes devido a incapacidade de controlar os impulsos sexuais, como o sexo desprevenido;
- problemas para criar vínculos e relacionamentos estáveis e saudáveis;
- problemas no trabalho ou no ambiente acadêmico.
- isolamento social.
Como citado anteriormente, as pessoas que sofrem com a compulsão sexual podem ficar fixada em práticas sexuais diversas. Assim sendo, há pessoas que sentem uma vontade incontrolável de se mastubar, equantos outras podem sentir a necessidade de terem práticas sexuais com diferentes pessoas por dia ou por vez.
Em razão dessa grande variabilidade de condições, o diagnósticos pode ser complicado. Todavia, é possível definir as principais atividades de pessoaa com o comportamento sexul compulsivo, que são:
- masturbação compulsiva;
- necessidade de múltiplos parceiros;
- vício em pornografia;
- práticas seguras e ilícitas de sexo;
- cibersexo;
- diversos encontros com profissionais do sexo.
Os sintomas são os sinais que podem auxiliar o diagnóstico preciso. Afinal, há diversos sexuais e cada qual têm um tipo de tratamento indicado.
Complicações
Apesar de diferentes instituições, profissionais e organizações não considerarem a compulsão sexual como um diagnóstico, a condição pode trazer diversas consequências para a pessoa que sofre e as pessoas ao seu redor.
Portanto, há complicações que esse transtorno pode trazer a longo prazo, como sentimentos de culpa, vergonha e raiva e baixa autoestima. Ainda, há pessoas que desenvolvem um quadro de depressão, ansiedade e fobia.
Por fim, as outras complicações podem ser:
- problemas nos relacionamentos interpessoais;
- doenças sexualemnte transmissíveis (DSTs);
- problemas financeiros;
- isolamento social;
- uso de substâncias não saudáveis e ilícitas;
- prisão por atos sexuais em locais inapropriados.
Causas Da Compulsão Sexual
Apesar das causas do comportamento sexual não serem ainda definidas claramente, há estudos que mostram alguns dos possíveis agentes causadores.
Desequilíbrio Hormonais
Há certos produtos químicos naturais do cérebro, que são chamados de neurotransmissores, que ajudam a controlar o humor, como a serotonina, dopamina e norepinefrina. Em altos níveis, esses neurotransmissores podem estar diretamente relacionados aos comportamentos sexuais compulsivos.
Mudanças Nas Vias Cerebrais
A compulsão sexual pode ser considerada um vício que, ao longo do tempo, pode resultar em alterações nos circuitos neurais do cérebro. O que pode afetar, principal,,eme, os centros de reforço do cérebro.
Assim sendo, como em outros vícios é criado uma necessidade de estimulação mais intensa e mais duradoura para se obter a satisfação ou o alívio da compulsão sexual.
Fatores Que Afetam O Cérebro
Há doenças e outros problemas de saúde que podem afetar partes do cérebro, como a demência. O que pode resultar em problemas em áreas do cérebro que controlam o comportamento sexual.
Ademais, o tratamento para a doença de Parkinson inclui alguns medicamentos, que podem, também, causar complicações no comportamento sexual.
Diagnóstico
Há um grande debate para a realização de diagnóstico da compulsão sexual. Afinal, há critérios importantes, como o do Manual de Diagnóstico e Estático de Transtornos Mentais (DSM-V), que ainda não consideram o quadro como uma doença psicológica.
Em contrapartida, a OMS já classifica essa condição e até a define. Desse modo, ocorre uma divergências de opiniões quando se trata da compulsão sexual.
O comportamento sexual compulsivo não possui evidências suficientes que o viabilizem como uma condição médica, de acordo com a APA. Em virtude disso, a compulsão sexual não tem diagnóstico formal.
Portanto, como não há evidências suficientes que apoiem o comportamento sexual compulsivo e os circuitos psicológicos, esses critérios não têm aplicação no diagnóstico.
Todavia, há um número que cresce de casos que apresentam o comportamento sexual compulsivos. Dessa maneira, diversos profissionais da saúde já trabalham com o tratamento dessa condição.
Afinal, a compulsão sexual traz diversas consequências e, logo, foi ampliado a discussão do quadro como um transtorno psicológico e mental.
Tratamento Da Compulsão Sexual
O tratamento do comportamento sexual compulsivo pode ser complicado. Afinal, envolve uma série de comportamentos e padrões. Há pessoas que, ao apresentarem os sintomas da compulsão, negam que têm um problema.
Além disso, o fato de não ser classificado como uma doença psicológica pelo DSM-V é, também, outro agravante para dificultar o tratamento.
As opções buscam reduzir os sintomas e gerenciar os desejos que envolvem a compulsão. Ainda, os especialistas indicam a prática de hábitos saudáveis.
As principais formas de tratamento são:
- Terapia;
- Medicação.
A terapia comportamental é uma forma de abordagem que pode ser muito eficiente para o tratamento, porque fornece uma grande variedade de técnicas e ferramentas que ajudam a mudar o comportamento da pessoa.
Em casos graves, pode ser recomendado o uso de medicamentos, busque ajuda psiquiatra para o melhor diagnóstico.
Fonte;https://inpaonline.com.br/blog/compulsao-sexual/
Compulsão sexual ou “vício em sexo”: causas e tratamentos
19 de junho de 2022 by Aline Rangel
Ao contrário do que muita gente imagina, gostar de fazer sexo não tem relação direta com a compulsão sexual ou “vício em sexo”, ou seja, ter uma vida sexual ativa e intensa não é sinal de que a pessoa é compulsiva.
Quem tem compulsão sexual não consegue resistir aos pensamentos e desejos exagerados sobre o sexo. Trata-se de um transtorno psiquiátrico caracterizado por atos impulsivos e obsessivos envolvendo a prática sexual, com o agravante de que o “viciado” precisa saciar sua vontade imediatamente, não importando onde, como e com quem.
Na compulsão sexual, a pessoa tem comportamentos e fantasias sexuais em excesso, como masturbação frequente, uso de pornografia, parceiros múltiplos e ocasionais, sexo desprotegido sem se preocupar com as consequências. Confira a seguir quais são as causas e tratamentos possíveis para esse tipo de compulsão.
Causas da compulsão sexual
Muitas vezes, o transtorno de compulsão sexual está ligado à ansiedade, mas também pode ser associado ao alcoolismo, dependência química, histórico familiar de compulsão, experiência de abuso sexual na infância, além de problemas pessoais e familiares.
Esses fatores geram desajustes psicológicos, alteram alguns neurotransmissores cerebrais e podem ter influência no desenvolvimento de quadros de compulsão sexual. Vale destacar que a maior parte (95%) dos casos de compulsão por sexo acontece com homens.
Tratamentos para compulsão sexual
O tratamento mais indicado para esse tipo de compulsão é a psicoterapia, processo terapêutico que visa identificar os gatilhos de ansiedade e controlar o comportamento impulsivo ou compulsivo. Através da terapia, é possível tratar as causas psicológicas da compulsão por sexo, o que requer intervenção profissional, uma vez que dificilmente a pessoa com compulsão consegue se livrar dos problemas sozinha.
Eventualmente, podem ser administrados antidepressivos e neurolépticos para inibir o apetite sexual. Tudo deve ser orientado pelo psiquiatra, já que a automedicação não é recomendada em nenhuma situação. O profissional responsável pelo tratamento deve, preferencialmente, ser especializado em transtornos de ordem sexual.
A proibição da masturbação, abstenção de pornografia e jejum de sexo não bloqueiam o comportamento compulsivo e, portanto, não tratam o comportamento compulsivo. Como a compulsão é originada por ansiedade, essas restrições podem tornar a pessoa ainda mais ansiosa, aumentando significativamente as chances dela desenvolver outras formas de compulsão, pois a tendência é que ela sinta a necessidade de canalizar a energia e os desejos para os alimentos, jogos ou compras, por exemplo.
O que acontece se a compulsão sexual não for tratada?
Como o sexo está ligado ao prazer, nem sempre os compulsivos sexuais buscam tratamento. Em geral, quando jovens, a percepção que têm sobre de si é de serem hipersexualizados ou gostar muito de sexo. Eles não notam que os hábitos relacionados ao sexo ganharam um caráter patológico e, por isso, não se preocupam. Isso é preocupante, afinal, a compulsão sexual pode produzir impactos muito negativos se não for adequadamente tratada. Entre os prejuízos estão a perda de vida social, relacionamentos superficiais, riscos para a saúde, além de problemas familiares, profissionais, financeiros e legais.
5 fatores psicológicos que contribuem para a disfunção sexual masculina
Assunto considerado tabu, a disfunção sexual masculina acarreta problemas significativos na vida particular e de casais. De modo simples, estamos falando de bloqueios que impedem uma resposta sexual adequada, da incapacidade persistente ou recorrente de manter uma ereção até o final da atividade sexual. Fatores orgânicos e psicológicos estão associados a esses desajustes.Trata-se de um quadro que afeta a vida de quase metade dos brasileiros.
Fatores psicológicos que contribuem para a disfunção sexual masculina
1) Estresse e ansiedade
Você sabia que o simples fato de pensar muito em como será o desempenho na cama altera o ato sexual? Muitos homens sentem-se obrigados a satisfazer todos os desejos do parceiro e entram numa verdadeira corrida que mina a naturalidade. Outras preocupações (trabalho, casa, família, filhos, dinheiro), quando se manifestam de maneira excessiva, também são verdadeiros entraves a uma vida sexual satisfatória. E não pense você que tal comportamento restringe-se aos mais velhos – rapazes jovens também são impactados.
2) Pornografia
Estudos já comprovam certo impacto negativo da pornografia na vida sexual das pessoas. O que acontece, às vezes, é uma comparação desleal. O que é capturado sob lentes, posições estratégicas e efeitos audiovisuais não pode ser cobrado com tanta veemência na vida real. Quando a mente humana é “enganada”, pode-se cair na tentação de esperar da (o) parceira (o) atitudes plásticas demais.
3) Não posso ser pai agora! E se eu pegar alguma doença?
Relacionar-se sexualmente com sua (o) parceira (o) com medo de contrair alguma infecção ou doença, além de lidar com a possibilidade de ser pai, são outras causas de disfunção erétil psicológica. Muitos homens chegam preocupados ao consultório, mesmo tendo feito uso de preservativos adequadamente. Neste caso, salienta-se a importância de conhecer a (o) parceira (o) e não abrir mão de métodos de barreira.
4) Distúrbios mentais, como o de personalidade
Patologias que deixam o cérebro deficitário funcional e estruturalmente, de certa forma, prejudicam o ato sexual. Pense, por exemplo, em alguém com problemas de autoestima, quando o mínimo “erro” cometido altera a percepção em relação ao outro e a si próprio. Neste caso, qualquer comentário (mesmo aqueles ditos sem intenção de depreciar) pode impedir a plenitude nos momentos mais íntimos. O mesmo acontece no estado depressivo, que provoca falta de vontade de agir.
5) Desgastes no relacionamento
Quando a vida a dois não vai bem, discussões, brigas e até mesmo palavras mal empregadas podem causar danos importantes ao desempenho sexual.
Soluções para disfunção sexual masculina
Em alguns casos, pode-se fazer necessário o uso ou ajustes de medicamentos (determinados antidepressivos, por exemplo, têm efeitos colaterais na libido). Em todas as nuances, a terapia é uma ótima aliada, pois é possível, entre outros benefícios, avaliar certos comportamentos, descobrir suas “raízes”, dissipar incômodos e, consequentemente, realizar-se sexualmente. Disfunções sexuais precisam ser tratadas. Não tenha medo de compartilhar essas coisas com sua (o) parceira (o) e com algum especialista. O diálogo continua sendo essencial.
Fonte:https://apsiquiatra.com.br/vicio-sexo/
Entenda a Compulsão Sexual
A compulsão por sexo foi originalmente descrita pelo psiquiatra alemão Richard von Krafft-Ebing (1840-1902) em 1886. Entretanto, só recentemente passou a ser definida como transtorno mental.
Essa compulsão é caracterizada pela imposição interna incontrolável em realizar um ato sexual mesmo que venha a prejudicar a si próprio ou outras pessoas, por uma excitação gradativa antes de realizá-lo e por um alívio imediato, seguido de arrependimento, após consumá-lo. Causa sofrimento emocional e pode comprometer a saúde financeira e as relações familiares e profissionais do indivíduo.
Nos Estados Unidos, estima-se que 5% da população têm comportamento sexual compulsivo. Valores provavelmente muito subestimados, devido ao constrangimento dos envolvidos em revelar a sua condição. Não há estatísticas a respeito no Brasil.
De forma bastante simplificada, sexo é a recompensa evolutiva pela estratégia de reprodução adotada pela espécie humana. É evidente, portanto, a importância biológica de uma associação entre excitação, satisfação e ato sexual.
Estudos de neuroimagem funcional em seres humanos demonstraram que o orgasmo afeta as mesmas regiões do cérebro que, por exemplo, o consumo de cocaína. Não é difícil imaginar que comportamentos compulsivos podem levar a adaptações moleculares e celulares no cérebro semelhantes às observadas pelo uso abusivo de drogas.
De fato, em 2010, cientistas canadenses demonstraram que, em ratos, ocorre a sensibilização das mesmas regiões cerebrais após relações sexuais repetidas ou exposição à anfetamina. Entre essas regiões, está o núcleo accumbens, estrutura próxima ao hipocampo ligada à sensação do prazer e que faz parte do sistema dopaminérgico mesocorticolímbico.
Há uma associação entre aumento da neurotransmissão dopaminérgica e a compulsão por sexo. De modo semelhante aos efeitos sensibilizantes das drogas de abuso, encontros sexuais repetidos amplificam a resposta à dopamina no núcleo accumbens.
A importância de um neurotransmissor – a dopamina – no desencadeamento de transtornos de comportamento pode ser confirmada pelas alterações descritas em algumas pessoas em tratamento da doença de Parkinson. Pelo menos 17% desses pacientes, quando utilizam substâncias que simulam, parcialmente, o efeito da dopamina – os chamados ‘agonistas da dopamina’ –, passam a apresentar transtornos de comportamento, incluindo compulsão por jogos de azar, internet, compras ou sexo.
O ato sexual aumenta a expressão do gene de resposta imediata FosB delta no sistema dopaminérgico mesocorticolímbico. O aumento da expressão desse gene melhora o desempenho sexual, enquanto seu bloqueio o prejudica.
Tanto as experiências sexuais repetidas quanto o consumo de drogas de abuso também promovem, novamente no núcleo accumbens, a atividade da enzima MAP cinase.
Da mesma forma, as alterações na morfologia e nos prolongamentos de neurônios são análogas após exposição continuada a substâncias de abuso ou comportamento sexual compulsivo.
Podemos concluir que os mesmos circuitos cerebrais de recompensa e motivação são ativados tanto por substâncias de abuso quanto por compulsão sexual
Podemos concluir, com essas análises, que os mesmos circuitos cerebrais de recompensa e motivação são ativados tanto por substâncias de abuso quanto por compulsão sexual.
Nos últimos 50 anos, a nosologia psiquiátrica discriminou a busca compulsiva por substâncias (álcool, cocaína, heroína, nicotina) daquela associada a comportamentos (jogos de azar, sexo, internet).
Os avanços recentes da ciência, entretanto, têm desafiado esse limite de diagnóstico, apontando vulnerabilidades comuns entre a busca patológica por drogas de abuso e aquelas associadas a exageros de comportamento.
Um benefício clínico antecipado pela identificação do sistema dopaminérgico mesocorticolímbico como coadjuvante tanto do abuso de drogas quanto dos transtornos sexuais está na possibilidade de utilização de medicamentos prescritos originalmente para o tratamento de dependência química em casos de compulsão por sexo.
Um estudo de 2001 descreveu resultados promissores da utilização do antagonista opioide naltrexona (usado no tratamento de dependentes de álcool e heroína) na redução do comportamento sexual compulsivo.
Curiosamente, o exercício físico eleva os níveis cerebrais de opioides endógenos e está associado ao aumento de dopamina no núcleo accumbens de roedores e humanos. A prática crônica de exercícios também é capaz de prevenir o consumo de anfetamina em ratos, além de evitar recaída de fumantes em abstinência.
Podemos especular, portanto, que um programa intenso de atividade física talvez seja capaz de reduzir os sintomas do transtorno hipersexual.
Fonte: Adaptado de matéria da Ciência Hoje On-Line
http://profjabiorritmo.blogspot.com/2012/04/entenda-compulsao-sexual.html
Sexo tem limite? Quantas vezes por dia é normal? Ardência, lesão e compulsão podem ser sinais do excesso; entenda
Cantor Naldo Benny afirmou que já transou 37 vezes em uma semana com sua esposa Moranguinho. Excesso de sexo pode causar microfissuras nos órgãos genitais.
Por Matheus Rodrigues, g1
03/03/2023 05h04 Atualizado há 2 semanas
O excesso de relações sexuais pode ser prejudicial para as pessoas caso a prática não seja feita dentro de um contexto adequado. No entanto, especialistas ouvidos pelo g1 afirmam que não há um “número limite” de relações que pode ser considerado bom ou ruim.
A “frequência sexual” ganhou repercussão depois que o cantor Naldo Benny afirmou em um podcast na terça-feira (28) que já transou 37 vezes em uma semana com a sua esposa Ellen Cardoso, a Moranguinho.
A ginecologista e sexóloga Carolina Ambrogini, de 46 anos, afirmou que o excesso de sexo pode ser prejudicial uma vez que facilita a ocorrência de microfissuras nos órgãos genitais. Consequentemente, com essas lesões, há uma maior exposição às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). (Veja outras questões a seguir)
O ginecologista e sexólogo do Hospital das Clínicas de São Paulo Theo Lerner fez o alerta de que é necessário que tenha lubrificação para evitar atrito e, consequentemente, lesões. A lacerações podem acontecer em apenas uma relação sexual e não, necessariamente, em contato repetidas vezes.
Sexo em excesso pode ser prejudicial?
“O excesso de sexo pode causar microfissuras nos órgãos genitais, que aumenta o número de exposição à ISTs [Infecção Sexualmente Transmissíveis]. As microfissuras são uma porta de entrada para vírus e bactérias. Elas dão uma sensação de estar ardendo, assado no local. A pele acaba não aguentando o contato excessivo, a tensão. Essa é a principal resposta que o corpo não está aguentando o número de relações sexuais”, afirmou Carolina Ambrogini.
Existe um limite de relações sexuais consideradas saudáveis?
"Não se tem um padrão normatizado de mínimo ou máximo de relações sexuais que podem existir. Tudo vai depender do contexto de cada indivíduo. A palavra-chave é ‘contexto’. Uma moça que transa 20 vezes em um dia, provavelmente ela não transa 20 vezes todos os dias", disse Theo Lerner.
“A falta de lubrificação é um contexto que pode facilitar o surgimento das lesões como lacerações e lesões de tecidos. A lubrificação, ela serve para diminuir o atrito. O uso de lubrificante, quando não tem lubrificação natural, é recomendado. Sem lubrificação, em apenas uma relação sexual você pode se machucar. Muitas vezes não é a quantidade, mas a qualidade do sexo”, completou o ginecologista Lerner.
Sexo em excesso pode se tornar uma compulsão?
“A compulsão é quando você não tem controle sobre uma determinada atividade e essa atividade acaba atrapalhando sua vida. A pessoa gasta muito tempo planejando sexo e acaba prejudicando suas relações sociais, de trabalho e em outros aspectos da sua vida. O sexo não faz mal, o que faz mal é você só pensar em sexo e mais nada”, afirmou Theo Lerner.
Compulsão tem tratamento?
“A compulsão tem tratamento, tanto medicamentoso, com algumas medicações, como antidepressivos, quanto o tratamento de terapia para tentar entender como a pessoa chegou à compulsão. É necessário que ela desenvolva mecanismos internos para entender o porquê ela está caindo nessa compulsão. É como tratar qualquer outro vício como álcool, comida, drogas etc. Ela está tratando uma coisa que dá prazer e ela quer sempre mais. Ela precisa desenvolver um mecanismo para se controlar", disse Carolina Ambrogini.
Há indícios de que o sexo está sendo prejudicial?
“O corpo pode apresentar sinais após a relação sexual. Existem as lesões físicas, essa é uma lesão mecânica, que acontece pela própria dinâmica do sexo. Essas lesões podem ser facilitadas com muito sexo. A pessoa pode ainda ter dor, ter sangramentos. Sempre que tiver algum desses sinais, é importante procurar ajuda profissional independentemente do número de relações”, Theo Lerner.
Fonte:https://g1.globo.com/saude/sexualidade/noticia/2023/03/03/sexo-tem-limite-quantas-vezes-por-dia-e-normal-ardencia-lesao-e-compulsao-podem-ser-sinais-do-excesso-entenda.ghtml
Como funciona o tratamento para compulsão sexual?
A sexualidade humana não é apenas necessária para a continuidade da espécie; é também uma grande fonte de prazer, intimidade e inspiração para muitos adultos.
No entanto, a intimidade e a beleza do sexo podem ser prejudicadas quando o comportamento se converte em vício – um distúrbio que causa uma obsessão doentia em buscar, observar ou se envolver em atividades sexuais.
Indivíduos viciados em sexo irão a extremos para satisfazer seus desejos ou viver suas fantasias, independentemente das consequências para si mesmos ou para os outros.
Também conhecido como transtorno hipersexual ou compulsão sexual, o vício em sexo é uma condição marcada por fantasias ou impulsos que consomem tempo e recursos excessivos.
Um indivíduo com compulsão sexual geralmente passa horas planejando ou se envolvendo em atividades sexuais, às custas de empregos, atividades familiares ou interações sociais. A pessoa também pode gastar muito dinheiro buscando gratificação na forma de pornografia, prostituição, fóruns online, clubes e afins.
Os custos do vício em sexo podem ser enormes, afetando todos os aspectos da vida do indivíduo, bem como a vida de seus entes queridos. A boa notícia é que os programas de tratamento da dependência sexual podem intervir na progressão destrutiva desse distúrbio e ajudar os clientes a reconstruir suas vidas com base na integridade, autoestima e confiança.
Como identificar compulsão sexual?
Como outros comportamentos positivos de afirmação da vida – como comer e fazer exercícios – o sexo pode se tornar um vício se a necessidade de gratificação começar a ter precedência sobre outras necessidades, responsabilidades ou valores.
Embora seja natural que alguns adultos tenham um desejo sexual mais forte do que outros, aqueles com uma abordagem saudável da sexualidade são capazes de manter suas necessidades em perspectiva e estabelecer limites em seu comportamento sexual.
Pessoas com compulsão sexual, por outro lado, podem apresentar as seguintes características:
- Falta de capacidade de estabelecer limites em seus impulsos sexuais;
- Gastar uma quantidade excessiva de tempo buscando ou se envolvendo em sexo;
- Passar por consequências negativas como resultado do comportamento sexual, como a perda de um emprego, o rompimento de um relacionamento, dificuldades financeiras ou problemas legais;
- Ignorar obrigações pessoais ou atividades sociais para passar mais tempo nutrindo a fantasias sexuais;
- Uso frequente de fontes impessoais de satisfação sexual que não requerem envolvimento emocional, como pornografia, prostituição e sexo cibernético;
- Sentimento de vergonha, culpa ou auto-aversão sobre o próprio comportamento sexual, mas ainda ser incapaz de parar;
- Engajar-se em tentativas frequentes de parar o comportamento e recaída durante momentos de tensão ou angústia.
Embora o sexo seja frequentemente associado ao amor e à intimidade emocional, a compulsão sexual geralmente carece de um componente emocional.
O fator mais importante a se considerar diante dessa condição é que o impulso para a realização sexual vem de uma necessidade psicológica não satisfeita de aliviar a ansiedade, depressão ou tensão psicológica, não de uma necessidade de proximidade ou desejo de estabelecer um relacionamento.
Tratar o vício em sexo requer uma exploração das causas subjacentes do problema, juntamente com o desenvolvimento de estratégias eficazes de enfrentamento para lidar com os gatilhos e resolver as necessidades psicológicas.
Fonte:https://clinicarecuperacaovalle.com.br/como-funciona-o-tratamento-para-compulsao-sexual
Como comportamento sexual compulsivo descontrola quem sofre com o problema
- Alejandro Villena Moya
- The Conversation*
Passamos anos ouvindo expressões como "ninfomania", "dependência de sexo" e "hipersexualidade".
Estas e outras expressões definem pessoas que sofrem de desejo sexual "excessivo ou exacerbado", ou não têm controle sobre seus comportamentos sexuais. Embora estes termos tenham cumprido sua função por certo tempo, atualmente são ultrapassados.
Depois de muitos estudos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu em 2018 o rótulo "Transtorno do Comportamento Sexual Compulsivo (TCSC)" para denominar a doença que afeta os pacientes que procuram seus médicos devido a um descontrole na sua conduta sexual que não conseguem impedir.
Como são essas pessoas?
Os critérios de classificação incluem pessoas que:
- Esforçam-se para abandonar os comportamentos sexuais, mas não conseguem.
- Não têm prazer nessas experiências.
- Enfrentam consequências graves em diferentes áreas da vida por mais de seis meses.
A OMS indica que este problema não pode ser explicado por julgamento moral, ou seja, que o simples fato de que algo não pareça apropriado ou moralmente aceitável para uma pessoa não explicaria que existe uma patologia clínica, passível de diagnóstico.
"O sexo se tornou um ansiolítico para mim. Cada vez que sofro e não consigo mais, a sexualidade se converte no meu refúgio", comentou-me um paciente com 45 anos de idade.
É comum observar como os pacientes usam os comportamentos sexuais (como pornografia, prostituição, bate-papos ou webcams sexuais) para regular seu mundo afetivo. Quando os pacientes com dificuldades não conseguem gerenciar suas emoções, eles procuram o sexo para buscar serenidade.
Ainda são necessárias mais pesquisas, mas o TCSC afeta cerca de 10,3% dos homens e 7% das mulheres na população em geral, segundo o livro espanhol Conducta Sexual Compulsiva: una Mirada Integral - Guía para Profesionales ("Conduta sexual compulsiva: uma visão integral - guia para profissionais", em tradução livre), do psiquiatra Carlos Chiclana Actis e do psicólogo Alejandro Villena Moya.
Cerca de 87% dos pacientes têm dificuldades com o controle do uso de pornografia e 15-20% realizam práticas sexuais como prostituição e infidelidade.
Como as pessoas são afetadas?
As pessoas que sofrem essas dificuldades podem ser afetadas em diferentes setores da vida.
- Vida pessoal: o modo de pensar e entender a sexualidade é distorcido e surge a perda de autoestima e confiança em si próprio, além de sentimentos de incapacidade, alteração do bem-estar espiritual, mal-estar pessoal, humilhações ou desprezo, vergonha, culpa e falta de desenvolvimento da identidade pessoal.
- Vida econômica: perda de emprego, gastos excessivos ou desnecessários, chantagens e fraudes.
- Relações interpessoais: rupturas amorosas, perda de confiança das outras pessoas, alterações ou dificuldades nas relações interpessoais, danos emocionais a outras pessoas, isolamento social, falhas no cuidado de uma pessoa querida, rompimentos matrimoniais e perda de amizades.
- Questões médicas: doenças sexualmente transmissíveis, relações sexuais fisicamente não saudáveis, distúrbios cognitivos, psicopatologias, disfunções sexuais e piora da saúde.
- Outras questões: problemas legais (denúncias e detenções), comportamentos irresponsáveis, renúncia a metas ou objetivos importantes, expulsão de organizações, associações etc. e deterioração da imagem pública.
Os estudos neurobiológicos mais importantes concluíram que o transtorno por comportamento sexual compulsivo exibe alterações no cérebro, similares às que provocam dependência de substâncias e/ou outros comportamentos.
Os centros cerebrais relativos à recompensa e à dopamina podem deteriorar-se devido a este descontrole sexual. Além disso, as áreas do cérebro que regulam o autocontrole, o planejamento, a atenção e a empatia podem ser alteradas, segundo observado em estudos mais recentes.
Como reconhecer o transtorno
Alguns indícios que podem nos ajudar a suspeitar que uma pessoa sofre deste transtorno são os seguintes:
- Rasgos de impulsividade, incapacidade de retardar a gratificação ou falta de controle inibitório.
- Mudanças de estado de ânimo, como irritabilidade, sintomas depressivos, ansiedade ou instabilidade.
- Presença de doenças sexualmente transmissíveis.
- Dependência da tecnologia.
- Baixo rendimento acadêmico ou profissional e absenteísmo frequente.
- Consumo de drogas (álcool, fumo, maconha e outras substâncias).
- Dificuldade de regulação emocional.
- Forte inclinação a buscar novidades ou sensações novas.
- Dificuldade de expressão emocional.
- Linguagem excessivamente sexualizada.
- Problemas de estabilidade no relacionamento, infidelidade etc.
- Pouco interesse nas relações sexuais com o próprio parceiro.
- Baixa ou nenhuma formação sexual ou grande culpa com relação aos seus atos sexuais.
Mas existem soluções. O caminho é longo e exige consciência, motivação, força, apoio, paciência, carinho, ajuda e dedicação, mas a saída existe.
Nos últimos anos, surgiram diversos tratamentos eficazes para ajudar essas pessoas, incluindo a terapia individual (de diversas correntes, destacando-se a eficácia da terapia cognitivo-comportamental), terapia de grupo e, em alguns casos, a terapia farmacológica. Estes tratamentos ajudam a regular o comportamento, controlar os impulsos, reaprender a sexualidade sadia e viver uma vida mais livre.
E existem também cursos que podem ajudar a orientar sobre qual a abordagem adequada para esta condição, ainda uma grande desconhecida entre muitos profissionais da saúde.
*Alejandro Villena Moya é pesquisador das consequências do consumo de pornografia da Universidade Internacional de La Rioja, na Espanha.
Este artigo foi publicado originalmente no site de notícias acadêmicas The Conversation e republicado sob licença Creative Commons. Leia aqui a versão original em espanhol.
Fonte:https://www.bbc.com/portuguese/geral-62757771
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