LUBRIFICANTE: O CONVIDADO DE HONRA

 

Lubrificante: o convidado de honra  (Foto: Reprodução)

Lubrificante: o convidado de honra (Foto: Reprodução)

  • MIRIAM DE PAOLI
 ATUALIZADO EM 

Com os anos, o nosso corpo vai se transformando e algumas mudanças são mais difíceis de controlar que outras. O envelhecimento da vulva e da vagina é um deles.

Mesmo que o espelho nos mostre uma imagem jovem, a vulva têm a idade do nosso RG. E, com os anos - e graças à queda no estrogênio -, a vagina fica menos lubrificada e nossa vulva menos “gordinha”. Ela vai perdendo a elasticidade, os lábios internos e externos se afinam. Eles ficam menores, se compararmos com a época na qual o estrogênio “reinava” em nosso corpo.

Então, como é que a gente faz pra que essas mudanças não afetem nossa vida
sexual? Uma das melhores soluções: traz o lubrificante para cama!

Se você ainda não o usa – afinal não é preciso ter secura vaginal para usá-lo – vale a pena experimentar.

Existem de todas as cores, sabores e efeitos que você pode imaginar. Mas atenção: quando o assunto é lubrificante, a embalagem importa. E muito.

E não estamos falando da estética, e sim da funcionalidade da embalagem e dos ingredientes. Você imagina um lubrificante com uma embalagem difícil de abrir ou que se esparrama inteiro? O que deveria ser sexy pode acabar sendo cômico se a gente não olhar como a embalagem se abre (e se é fácil de manipular tanto sentada como deitada).

E em relação aos ingredientes então, o cuidado deve ser dobrado. Deve dizer claramente “apto para uso interno” e que seja compatível com o uso de preservativos (a gente pode não engravidar, mas as doenças sexualmente transmissíveis continuam por aí).

Existem óleos corporais que são aptos para uso interno e para ser usados com preservativos. Se a embalagem diz isso, pode usar tranquila. A gente sempre recomenda comprar produtos eróticos (vibradores, lubrificantes, bolas chinesas e tudo mais que você achar legal) em lugares confiáveis. Vale a pena conferir as reviews se for comprar online. E, se for a primeira vez que vai a uma loja, melhor dar uma googleada antes. Não custa nada e pode evitar muitos inconvenientes. Afinal é o nosso corpo!

Se você optar só por lubrificantes, eles vêm desde os mais tradicionais (o famoso KY que a gente encontra em todas as farmácias) até os mais sofisticados com sabores e sensações.
E quando a gente fala de sensações, os mais conhecidos são:

- Calor: é sutil e um dos que faz mais sucesso. Não gera caloooor  (nada parecido a um fogacho…), é só um plus térmico.
- Frio: tem um efeito mentolado e pode ser bastante estimulante. Se a
relação sexual é com um homem, pode ajudar (um pouquinho) a retardar a ejaculação.
- Lubrificantes anais: ATENÇÃO! Só deve ser usado para relações anais. O pH da vagina é diferente do ânus e, em geral, esses lubrificantes têm propriedades relaxantes. A gente não recomenda os que têm xilocaína, já que adormecem o ânus e você pode se machucar sem se dar conta (mas a gente garante que quando o efeito passar a sensação pode não ser nada prazeirosa).

Os lubrificantes podem ser muito divertidos e não tem por que ser um tabu. São simplesmente uma ajuda externa para complementar a nossa sexualidade, facilitar a penetração e aumentar o prazer (especialmente agora, já que muitas vezes a lubrificação está mais escassa).

Uma última dica: encontre uma maneira de tornar o sexo prazeroso para você nessa nova etapa (pode até ser muito diferente do que você sempre gostou).
Como sempre dizemos no No Pausa, a menopausa traz mudanças, sim, mas essas mudanças não anulam a nossa sexualidade, simplesmente a modificam. E vamos aproveitar! Afinal, apesar de a sociedade patriarcal querer que a gente acredite que não é assim, somos seres sexuais até o último dia de nossas vidas. E agora que conhecemos melhor o nosso corpo e que o fantasma da “gravidez não desejada” deixou de existir... é hora de gozar!

Fonte:https://vogue.globo.com/semidade/No-Pausa/noticia/2020/04/lubrificante-o-convidado-de-honra.html

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