É normal sentir uma dor constante durante a penetração?
Uma vez que a dor esteve presente num primeiro contato sexual, ela gera uma reação de medo da penetração que estará presente nas outras relações
Sempre senti dor durante a relação sexual e, recentemente, fui diagnosticada com vaginismo. Tem cura? Como amenizar isso?
O vaginismo é caracterizado pela dificuldade em realizar a penetração vaginal, porque a mulher sente dor, agonia ou medo do ato sexual. Você diz que sempre teve dor. Ela pode ter surgido por medo da primeira vez, por não estar se sentindo preparada para a situação, por um histórico de abuso sexual ou por uma educação rígida, que enaltece a virgindade.
Pesquisas apontam que o fato de ter tido influência de uma educação e/ou religião mais conservadora está presente em dois terços das mulheres com vaginismo que são atendidas no Projeto Afrodite – Centro de Sexualidade Feminina da Unifesp (SP).
Uma vez que a dor esteve presente num primeiro contato sexual, ela gera uma reação de medo da penetração que estará presente nas outras relações. Quando estamos com medo, o nosso corpo reage ficando tenso, e a vagina se contrai numa reação de defesa, gerando mais dor na tentativa de penetração e causando mais medo do sexo. Esse ciclo vicioso de dor-medo-contração-dor precisa ser quebrado por um reaprendizado de como ter penetração.
A boa notícia é que há um tratamento eficaz para o vaginismo, mas você precisará de ajuda especializada. Muitas vezes, o cuidado precisa ser multidisciplinar, com um terapeuta sexual abordando os aspectos psicológicos e um fisioterapeuta ou ginecologista orientando sobre exercícios de penetração vaginal. Eles podem ser feitos com dilatadores vaginais, o dedo ou próteses penianas. O intuito deles não é “dilatar” sua vagina e, sim, fazer com que você aprenda a relaxá-la por meio de penetrações progressivamente maiores para, então, tentar a penetração com seu parceiro. Até conquistar isso, é importante que você converse com ele para terem o contato sexual sem a penetração, pois cada tentativa frustrada gera tristeza e decepção.
Durante o tratamento, você precisará de bastante coragem, persistência e determinação para fazer os exercícios e vencer o seu medo, mas saiba: o vaginismo tem cura!
SENTIR DOR NO SEXO EXIGE TRATAMENTO
Disfunção sexual atinge mulheres e tem origem física ou psicológica
Por Roberta Struzani
Estima-se que 17% das mulheres brasileiras que sentem dor durante a relação sexual, pelo menos é o que diz a pesquisa feita por Adriana Moreno, autora do livro “Fisioterapia Uroginecológica” (Ed. Manole). A boa notícia é que esta disfunção sexual tem cura, apesar de ainda ser pouco divulgada.
O problema pode ter causas físicas ou psicológicas. No âmbito físico, a dor no sexo pode ser decorrente da gestação, parto, cirurgias pélvicas ou envelhecimento natural. Todos esses fatores podem causar uma alteração dos tecidos da pelve, tais como ligamentos e principalmente a Musculatura do Assoalho Pélvico (MAP), aquela que é contraída quando “seguramos o xixi”.
Quando esses músculos estão fracos, podem gerar uma contração inadequada, que é sentida pela mulher durante o ato sexual e interpretada como um estímulo doloroso, ao invés de ser percebida como somente um estímulo tátil.
Neste caso, exercícios de percepção e de fortalecimento na região costumam resolver o problema. Além disso, a melhora do tônus da MAP ainda oferece mais segurança e satisfação no desempenho sexual.
Dor no sexo também pode ter origem psicológica
No entanto, muitos casos de disfunção sexual têm origem psicológica, causados por uma iniciação sexual traumática ou no mínimo ruim, abusos ou até mesmo uma situação afetiva conjugal.
Por este motivo, para um bom tratamento é indispensável a atuação de três profissionais: o médico ginecologista, o psicólogo e, principalmente, o fisioterapeuta ginecológico – que cuidará da disfunção que já está instalada na musculatura perineal.
Todo tratamento deverá ser realizado com profissionais habilitados. Infelizmente no caso da dispareunia não há muito o que fazer por conta própria, pois é necessário uma avaliação minuciosa e muito bate-papo para descobrir a causa da disfunção.
Antes da mulher começar a fortalecer essa musculatura é necessário que ela aprenda a relaxar essa região, em primeiro lugar. O tratamento pode auxiliar a paciente a ter mais segurança e autoestima, proporcionando-lhe recursos internos para procurar, aceitar ou mesmo recusar uma relação sexual.
Tratamento faz uso de diversas técnicas
O tratamento acompanhado por um fisioterapeuta ginecológico para a dispareunia costuma fazer uso de diferentes técnicas:
- Relaxamento.
- Alongamento da MAP.
- Massagem abdominal e perineal.
- Movimentos da pelve, pernas e todo corpo.
- Aprendizado de contração e relaxamento dos músculos perineais.
- Eletroterapia – trata-se da eletroestimulação da MAP na própria vagina ou, em alguns casos, no nervo pudendo (localizado na região da perna). Essa eletroestimulação é realizada com um aparelho fisioterapêutico.
- Exercícios com cones vaginais (pesinhos).
- Treino de sensibilidade e percepção.
Os exercícios sexuais também são orientados, baseados na exploração psicoterapêutica dos conflitos psíquicos que a pessoa vive, bem como na dinâmica e na interação conjugal. Todos estes são exemplos das possíveis formas de tratamento encontradas no tratamento dessa disfunção sexual.
Cada pessoa terá uma resposta diferente ao tratamento. Geralmente, quando a paciente está disposta a melhorar e mergulhar fundo na sua história – encontrando a causa e curando os bloqueios – o tratamento costuma ser bem rápido e pode ser concluído em um mês.
No entanto, há casos menos comuns que o tratamento se estende por até dois anos. Mas em geral a dispareunia é um caso solucionável, cuja cura salva relacionamentos e ajuda as pessoas a recuperarem a autoestima. Afinal, uma vida sexual saudável também reflete na qualidade de vida.
Fonte:https://www.personare.com.br/conteudo/sentir-dor-no-sexo-exige-tratamento-2-m3658
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