"Estar apaixonado, à princípio, é um estado que lhe dá muitíssima
satisfação. Você sente-se inteiramente vivo. É como se, de repente, a sua
existência fizesse sentido porque alguém precisa de si, o faz sentir especial,
e você retribui da mesma maneira. Quando estão juntos, você sente-se completo.
O sentimento pode tornar-se tão intenso que o resto do mundo se torna
insignificante.
No
entanto, você poderá já ter notado que, nessa intensidade, existe alguma coisa
de necessidade e de apego. Fica viciado na outra pessoa. Essa pessoa tem sobre
si o efeito de uma droga. Está bem quando a droga está ao seu alcance, mas a
mera possibilidade ou mesmo a hipótese de que ela poderá deixar de estar à sua
disposição poderá levá-lo ao ciúme, ao sentimento de posse, a tentativas de
manipulação através de chantagem emocional, a culpar e a acusar o outro - ao
medo da perda. Se a outra pessoa o deixar, isso poderá dar origem à mais
intensa hostilidade ou ao mais profundo sofrimento e desespero. Num instante, a
ternura amorosa poderá transformar-se numa agressividade feroz ou num desgosto
terrível. Onde está agora o amor? Pode o amor transformar-se no seu oposto em
tão pouco tempo? E, no fundo, era amor, ou apenas um vício de avidez e
apego?"
Eckhart
Tolle
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