Dizem que amor e ódio andam juntos e que o oposto do amor é a indiferença. Alguém já parou MESMO pra se perguntar se essas frases batidas fazem sentido? Sobre amor e ódio, até o House – fracasso-mor quando o assunto é relacionamento – já dizia que “There is not a thin line between love and hate. There is, in fact, a Great Wall of China with armed sentries posted every twenty feet between love and hate" (minha tradução livre: Não existe uma linha tênue entre amor e ódio. Na verdade, entre o amor e o ódio existe uma Muralha da China com sentinelas armados posicionados a cada seis metros).
Pra mim é indiscutível que amor e ódio NÃO andam juntos, o que não quer dizer que se você não ama alguém, necessariamente odeia esse alguém. Será então que ausência total de amor ou ódio = indiferença?
Indiferença se traduz em uma espécie de apatia, de desinteresse, insensibilidade. Se sou indiferente a você meu corpo e sentidos ignoram sua presença ou ausência - simplesmente não importa. Ok, o conceito é esse. Mas o que se esconde atrás da indifereça é o que me interessa mais.
A indiferença em si pode ser ignorar completamente alguém, mas a origem dela é uma total reação. Sabe essa coisa que a gente tanto fala, de como nos tornamos indiferentes à pobreza, ao sofrimento humano, à violência? Quando somos bombardeados por coisas que nos fazem sofrer repetidamente - ao mesmo tempo em que nos sentimos incapazes de lidar com os efeitos desse bombardeio - como forma de autopreservação, deixamos de reagir de qualquer maneira - positiva ou negativamente.
Por trás da indiferença não há mais indiferença. A indiferença nasce da nossa incapacidade e de lidar com nossos sentimentos. A afirmação de que a indiferença é o oposto do amor é uma falácia, porque a origem da indiferença não é o amor, mas sentimentos contraditórios como impotência, mágoa, raiva.
Muita gente se sente ultra superior achando que sentir-se indiferente é sinal de que superou o fim de um relacionamento - "dei a volta por cima" (ahã, só se for por cima de você mesmo, cara-pálida!).
Além desse diagnóstico ser auto-enganação, ele revela o extremos oposto: não só você não esqueceu, como varreu a sujeira pra debaixo do tapete por ser incapaz de lidar com os próprios sentimentos. Nossas emoções nos enviam mensagens e sinais o tempo todo, apontando a falta de sintonia entre aquilo que a gente pensa e aquilo que a gente sente.
Indiferença é uma reação covarde e de desamor consigo mesmo e com quem dizemos amar. Pessoas capazes de agir de acordo com o que sentem e não de acordo com aquilo que pensam - sem basear suas ações na raiva e na mágoa - são simplesmente incapazes de agir de forma agressiva, vingativa ou indiferente, não só com relação a qualquer ser humano, mas principalmente com relação a alguém que se ama.
Podemos querer acreditar que o amor vira ódio ou indiferença. Mas nossa crença não faz disso uma verdade. Enquanto acreditarmos que o amor á capaz de ser eliminado por qualquer coisa menor que ele, estaremos decretando que o amor tem que acabar quando um relacionamento acaba. Se não confundimos amor com atração física e com um monte de outros sentimentos que nada tem a ver com amor, podemos perceber que é perfeitamente natural terminar um relacionamento e continuar sentindo afeto e querendo o bem do outro de uma forma especial - como deveria ser entre duas pessoas que viveram uma história de amor. E isso não precisa depender de como terminou o relacionamento, do que "o outro" fez ou deixou de fazer. O amor não está condicionado a isso ou aquilo. E se você só ama quem te ama de volta ou faz tudo o que você espera que ela faça, deveria rever totalmente seus conceitos.
Sim, o desejo de construir uma vida a dois, o desejo físico, sonhos compartilhados e a sintonia podem acabar e isso tudo pode decretar o fim do relacionamento. Mas o amor - que não tem oposto nenhum, não poderia virar coisa alguma que não fosse o próprio amor.
Como dizia o poeta, o amor é "feliz e forte em si mesmo". Então, por que eu deveria achar que é possível e plausível racionalizar o oposto do amor ou razões pra amar, não amar ou deixar de amar quando a razão não dá conta sequer de explicar logicamente porque se ama alguém?
Pra mim é indiscutível que amor e ódio NÃO andam juntos, o que não quer dizer que se você não ama alguém, necessariamente odeia esse alguém. Será então que ausência total de amor ou ódio = indiferença?
Indiferença se traduz em uma espécie de apatia, de desinteresse, insensibilidade. Se sou indiferente a você meu corpo e sentidos ignoram sua presença ou ausência - simplesmente não importa. Ok, o conceito é esse. Mas o que se esconde atrás da indifereça é o que me interessa mais.
A indiferença em si pode ser ignorar completamente alguém, mas a origem dela é uma total reação. Sabe essa coisa que a gente tanto fala, de como nos tornamos indiferentes à pobreza, ao sofrimento humano, à violência? Quando somos bombardeados por coisas que nos fazem sofrer repetidamente - ao mesmo tempo em que nos sentimos incapazes de lidar com os efeitos desse bombardeio - como forma de autopreservação, deixamos de reagir de qualquer maneira - positiva ou negativamente.
Por trás da indiferença não há mais indiferença. A indiferença nasce da nossa incapacidade e de lidar com nossos sentimentos. A afirmação de que a indiferença é o oposto do amor é uma falácia, porque a origem da indiferença não é o amor, mas sentimentos contraditórios como impotência, mágoa, raiva.
Muita gente se sente ultra superior achando que sentir-se indiferente é sinal de que superou o fim de um relacionamento - "dei a volta por cima" (ahã, só se for por cima de você mesmo, cara-pálida!).
Além desse diagnóstico ser auto-enganação, ele revela o extremos oposto: não só você não esqueceu, como varreu a sujeira pra debaixo do tapete por ser incapaz de lidar com os próprios sentimentos. Nossas emoções nos enviam mensagens e sinais o tempo todo, apontando a falta de sintonia entre aquilo que a gente pensa e aquilo que a gente sente.
Indiferença é uma reação covarde e de desamor consigo mesmo e com quem dizemos amar. Pessoas capazes de agir de acordo com o que sentem e não de acordo com aquilo que pensam - sem basear suas ações na raiva e na mágoa - são simplesmente incapazes de agir de forma agressiva, vingativa ou indiferente, não só com relação a qualquer ser humano, mas principalmente com relação a alguém que se ama.
Podemos querer acreditar que o amor vira ódio ou indiferença. Mas nossa crença não faz disso uma verdade. Enquanto acreditarmos que o amor á capaz de ser eliminado por qualquer coisa menor que ele, estaremos decretando que o amor tem que acabar quando um relacionamento acaba. Se não confundimos amor com atração física e com um monte de outros sentimentos que nada tem a ver com amor, podemos perceber que é perfeitamente natural terminar um relacionamento e continuar sentindo afeto e querendo o bem do outro de uma forma especial - como deveria ser entre duas pessoas que viveram uma história de amor. E isso não precisa depender de como terminou o relacionamento, do que "o outro" fez ou deixou de fazer. O amor não está condicionado a isso ou aquilo. E se você só ama quem te ama de volta ou faz tudo o que você espera que ela faça, deveria rever totalmente seus conceitos.
Sim, o desejo de construir uma vida a dois, o desejo físico, sonhos compartilhados e a sintonia podem acabar e isso tudo pode decretar o fim do relacionamento. Mas o amor - que não tem oposto nenhum, não poderia virar coisa alguma que não fosse o próprio amor.
Como dizia o poeta, o amor é "feliz e forte em si mesmo". Então, por que eu deveria achar que é possível e plausível racionalizar o oposto do amor ou razões pra amar, não amar ou deixar de amar quando a razão não dá conta sequer de explicar logicamente porque se ama alguém?
Fonte:http://oamoreumafalacia.blogspot.com.br/2012/01/indiferenca-e-o-oposto-do-amor.html
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