Trilha vem para somar
Romance recebe versão mais água com açúcar
Dakota Johnson rouba a cena
Sexo é mais comportado
Fonte:http://meus5minutos.globo.com/Diversao/noticia/2015/02/50-tons-de-cinza-estreia-com-mais-romance-e-menos-sexo.html
Fãs de 'Cinquenta tons de cinza' e curiosos se reúnem em pré-estreia
Salas de complexo de cinema da Barra da Tijuca ficaram lotadas para a primeira exibição do longa
RIO - A temperatura dava uma prévia de como seria a pré-estreia de
"Cinquenta tons de cinza", na madrugada desta quarta-feira, na Barra
da Tijuca. Lá fora, os termômetros indicavam 30°C. Lá dentro, jovens agitadas
fotografavam em frente ao poster do longa, estrelado por Dakota Johnson e Jamie
Dornan, dirigido por Sam Taylor-Johnson, usando algemas e máscaras.
Pôsteres foram distribuídos para o público, que estava ansioso, fosse
pelo apego aos personagens do romance erótico de EL James ou pela curiosidade
de ver as tão prometidas cenas de sexo e sadomasoquismo protagonizadas pela
mocinha Anastasia Steele e o magnata fetichista Christian Grey.
O GLOBO acompanhou a movimentação, que reuniu homens e mulheres (mas
principalmente mulheres), com idades que variavam dos 16 (a idade mínima para
se assistir ao filme) aos 60 anos. Queríamos saber o que os motivou a dormir
mais tarde no meio da semana para correr para o cinema, e se o longa atendeu às
expectativas que, a julgar pelo tamanho das filas de um complexo de salas da
Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, eram altas.
– Li os três livros, mas a história é uma só, não tem como escolher um
melhor. Tudo não passa de uma história de amor, sabe. É um romance, e o sexo
faz parte. O livro todo é assim. Estou acompanhando (o filme) há um ano
e, pelo que andei vendo, acho que vai ser muito fiel. Estou na expectativa –
disse a estudante Jéssika Leal, de 23 anos, moradora do Pechincha, em
Jacarepaguá.
Karla Laet, de 20 anos, esperava ver cenas tórridas de sexo.
– Eu já li os três livros e também li muitas críticas do filme, mas não
dá pra ter ideia. Espero que tenha momentos bem quentes, porque todo mundo está
ansioso para ver isso. Acho que dá para balancear o romance com o sexo.
Já Alzira Portel, de 48 anos, que divide o gosto pelos livros com a
filha, estava apreensiva antes de as luzes da sala, lotada, se apagarem.
– Igual ao livro eu sei que o livro não vai ser nunca. Só espero que não
seja muito água com açúcar.
A gerente de loja Naydiane Borges, de 25 anos, foi outra que preferiu não
se empolgar muito antes da hora, mesmo tendo encarado a sessão da madrugada:
– Ler o livro antes é um saco, porque quando a gente vê o filme tem
muita parte cortada.Acho que não vai ser tão bom.
Havia também quem estivesse ali com objetivos profissionais.
– Como eu sou psicóloga, estou curiosa pra saber o motivo da atração de
tantas mulheres por essa história. Falei pro meu marido vir me acompanhar –
contou Rita Palácio, de 52 anos.
Dentro das salas, já nas primeiras cenas, a insegurança da Ana de Dakota
Johnson arrancou gargalhadas na plateia. Quando a mocinha e Grey finalmente se
beijam, o público também reage: aplausos, gritos, risinhos. Conforme a relação
dos protagonistas vai esquentando (a primeira cena de sexo só acontece aos 41
minutos de filme), as reações ficavam cada vez mais exacerbadas.
O poder de Grey é outro fator que mexe com a plateia:
– Os outros vão buscar de carro, o cara vai de helicóptero! – comentou
uma menina.
Ao fim da projeção, as reações foram mistas. Houve aqueles que, claro,
preferiram o detalhismo e a narrativa com ainda mais sexo do livro, mas houve
também quem saísse satisfeito. Caso da advogada Rebeca Dias, de 26 anos, fã dos
livros que improvisou uma crítica da adaptação.
– Achei que o Jamie (Dornan) incorporou mesmo o Christian Grey, e
se saiu muito melhor do que eu esperava, na postura, no olhar. A Dakota (Johnson),
mesmo mais velha do que a personagem, conseguiu dar um ar de menininha, mais
retraída. As cenas de humor foram ótimas, eu ri da mesma maneira que eu ri
lendo o livro. Faltaram detalhes da cronologia, além de coisas que precisavam
ser mais bem elaboradas – explica.
Sobre a polêmica cena final, que colocou autora e diretora em pé de
guerra (Sam ganhou, conseguindo fazer com que a frase final fosse
"não" em vez de "vermelho", como a autora insistia), Rebeca
criticou:
– O final precisava de mais agressividade, a personagem se mostrou muito
frágil na tela, apesar da fala quase igual à que encerra o livro. Anastasia não
é submissa, ela é apaixonada, mas acho que isso não apareceu muito no filme.
Karla ficou feliz com o que viu, apesar de concordar com Rebeca quanto
ao tom das interpretações dos atores.
– Estou meio extasiada, mas acho que ficou faltando mais intensidade.
O longa, porém, não conseguiu mudar a opinião da pessimista Naydiane.
– Achei o filme péssimo, totalmente. Não foi muito fiel (ao livro).
As cenas de sexo até foram legais, bem feitas, mas a história pulou muita
coisa.
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