QUANDO O HOMEM VIRA MULHER DE ANTIGAMENTE



Quando o homem vira mulher de antigamente

Uma amiga, tipo assim uma tremenda LGI, de Linda, Gostosa e Inteligente que é, estava saindo com um cara… E, pasme, você aí descrente na humanidade, no terceiro, digo TERCEIRO encontro, o tal carinha solta o seguinte texto, música romântica para ele, meu DJ Dolores:
“Porque eu preciso saber se você está só saindo comigo, sabe? Não faz sentido pra mim apenas sair, se não for para casar”, manda o rapaz. “E eu fico com medo, porque a gente é muito diferente… E (rápida gaguejada) eu sonho em casar na igreja!….”
Idades? Ambos ali na faixa dos 30 e poucos.
Quando se diz que o homem é a nova mulher, amigo, tem nego que acha exagero. A amiga se sentiu um macho enganando a mina. Mundo de pá virada.
Os discursos andam meio trocados. Até o nosso clássico “estou confuso” agora cai melhor na língua delas.
Ah, fiquei com dó desse bom rapaz, direitinho, namorinho de portão, como na música do Tom Zé. Que moço bem-intencionado. Pena que a amiga queria apenas se divertir um pouco, ver qualé, dar um rolê, flanar pela noite de São Paulo.
É, amiga, esse tipo de moço ainda existe.
A pressa, ele gastou toda munição ao terceiro tiro, o terceiro encontro, deve carregar algum trauma recente de uma gostosa que desejava apenas uma “aventura”.
Agora o imaginei, na viagem de ficcionista –minha amiga não entrou em detalhes- um pequeno príncipe, assim um Ronnievonzinho, todo harmonizado na correção e na decência… Ô, querida R., como assim deixar o bom rapaz a mascar o chiclet de bola da falta de compromisso?
Não estou te julgando, minha pérola, sorriso mais bonito do faroeste de San Pablo, apenas uma certa piedade, comiseração, vá lá, deste bom rapaz, rodriguianíssima figura, em busca de alianças e vestido de noiva.
Era magro o sujeito, minha amiga?
Por nada não, só para brincar com aquela coisa do tio Nelson: todo canalha é magro. Canalhice certamente não era o pecado deste homem.
O canalha está praticamente em extinção. Não confunda, colegas, canalha com o homem frouxo e com o homem de Ossanha –aquele que diz vai, não vou, como na música de Baden & Vinícius.
O pecado do canalha, este último romântico, é o excesso, o caos amoroso, a perversão, o donjuanismo como doença crônica etc. Mas comparece. Talvez você não tenha saco, Lola, para tamanha falta de planejamento. O amor clandestino nunca caberá numa planilha de Excel, baby.
Aí já é outro assunto. Bora refletir sobre esse bom rapaz que só pensa em casamento enquanto minha amiga toma drinques coloridos.

Fonte:http://xicosa.blogfolha.uol.com.br/2013/03/01/

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