A QUÍMICA DO DESEJO : DESEJO PROIBIDO ?


 

Hoje falaremos sobre um tema polêmico e muito censurado por alguns, o desejo e o tesão.
O desejo é a capacidade de tomarmos posição frente ao que nos aparece. 
Diante de um fato, podemos aceitá-lo ou rejeitá-lo. 
O tesão independente do estímulo já provoca sensações no corpo, independente do estímulo, que pode variar de uma simples cena de sexo, ou de tocar a pessoa desejada. 
É um processo químico do corpo, que vai variar desencadear vários sintomas. 
O coração dispara, as mãos suam, as pernas ficam meio bambas, a fome desaparece.
Isso ocorre porque o cérebro manda uma overdose de adrenalina no organismo quando surge o interesse por alguém.
A excitação, o tesão todo, faz com que algumas alterações apareçam nessa hora, como a cor da pele (corada), a temperatura do corpo aumenta, as batidas do coração (taquicardia leve), a respiração ofegante, a lubrificação vaginal e a ereção começam a acontecer.
É uma necessidade, em geral muito diferente da associada aos instintos. 
O desejo se torna aquele pelo qual queremos algo, enquanto que o tesão é aquele em que desejamos alguém.
O corpo entra num “estresse do prazer”
A ciência sempre estudou a sexualidade a partir da fisiologia dos órgãos genitais, indo diretamente ao assunto. 
Pesquisas sobre o que ocorre antes do ato sexual geralmente ficavam a cargo de estudos sobre o comportamento humano
Só ao longo dos últimos quinze anos, quando foram feitas novas descobertas sobre o cérebro e isoladas substâncias que enviam mensagens de um neurônio a outro, por isso mesmo chamadas de neurotransmissores, é que se notou um paralelo do estresse com as reações que envolvem a excitação.
Essas substâncias do assanhamento agem muito rápido, ao mesmo tempo, cada qual com efeitos colaterais específicos. 
Até atingir as glândulas que regulam o aparelho reprodutor, esses neurotransmissores vão espalhando impulsos elétricos pelos terminais nervosos e levando o corpo inteiro a um estado de estresse. 
Mas ninguém morre de tesão, pelo menos não ao pé da letra. 
Quando a excitação não se resolve com a relação sexual, entram em ação soluções compensatórias, que dão outro tipo de prazer para reorganizar o organismo, como comer ou dançar. 
Pode-se até mesmo cortar o impulso erótico apenas pensando que é melhor ir dormir cedo para fazer uma prova no dia seguinte, uma mudança de planos regida pelo córtex cerebral, a fina camada que envolve o encéfalo.
Sem hormônios sexuais, nada feito
Enquanto os neurotransmissores levam mensagens de um neurônio a outro, os hormônios caem na corrente saguínea para chegar ao órgão-alvo. 
Por isso, são um pouco mais lentos que os primeiros. 
Em compensação, sem hormônios sexuais amadurecidos, nos testículos dos garotos a partir dos 11 anos e nos ovários das meninas desde os 9 ou 10 anos de idade, nada feito. 
Uma pessoa estará pronta para sentir atração física quando atingir a puberdade, conta o endocrinologista Geraldo Medeiros Neto, da Universidade de São Paulo, que conversou comigo. 
Nessa época os hormônios sexuais ficam maduros, o que é fácil de perceber pelo cheiro provocado pelo glândulas sudoríparas.
Com ou sem tesão, esses hormônios são secretados todos os dias pelas glândulas sexuais, viajam pelo sangue, são metabolizados no fígado e, finalmente, eliminados na urina. 
Mas se uma pessoa tem alguma queda na produção deles, não há estímulo que leve à excitação. 
Esse estoque de libido, ou desejo sexual, diminui um pouco na mulher a partir da menopausa, período em que cessa o ciclo menstrual e quando é preciso repor o estoque do hormônio feminino estrógeno. Nos homens, a produção de testosterona é constante. 
Para ambos os sexos, porém, há outros tipos de interferência que podem baixar sensivelmente a bola do desejo.
Medicamentos para dormir, contra a ansiedade e a hipertensão contêm substâncias que levam ao relaxamento da musculatura e das artérias, diminuindo a ação daqueles neurotransmissores euforizantes. 
Os anabolizantes tomados nas academias de musculação também bloqueiam a função da hipófise, a glândula que rege a produção de hormônios sexuais, e chegam a atrofiar os testículos”, diz o endocrinolista. 
Há uma perda da libido, o rapaz fica indiferente a estímulos que provocariam excitação.

O desejo explode primeiro na cabeça

Para entrar em estado de tesão basta sentir um estímulo que se associe a uma situação prazerosa guardada na memória.
Veja aqui as etapas do despertar do desejo.
1 - Os estímulos chegam ao cérebro através dos cinco sentidos ou provocados pela imaginação.
2 - O cérebro tem áreas específicas para receber esses estímulos.
3 - Cada informação é buscada no arquivo de coisas agradáveis e desagradáveis guardadas no sistema límbico, região também ligada aos instintos.
4 - O córtex cerebral analisa o “relatório” do sistema límbico e toma (ou não) a decisão de liberar as substâncias que vão excitar o sistema nervoso.

O sistema nervoso se excita em milésimos de segundo

Lenha na fogueira O glutamato, um neurotransmissor do grupo dos aminoácidos excitatórios, se encontra em várias partes do encéfalo, mas em maior concentração no córtex cerebral e no sistema límbico, a parte mais primitiva do órgão.
Seu papel é simplesmente excitar o próximo neurônio.
Olhos nos olhos
A acetilcolina é uma substância que aparece na chamada formação reticular, conjunto de núcleos que estão no tronco cerebral.
É ela quem faz a gente fixar a atenção em determinada pessoa o tempo todo, em estado de alerta. Também é liberada em termninações nervosas periféricas, levando à ereção e à produção de suor.
Dando bandeira
Quando alguém fica ofegante, com as pupilas dilatadas e meio pálido numa paquera, pode ter certeza: é a noradrenalina que entrou em ação.
Esse neurotransmissor mora na ponta central do tronco cerebral e nas terminações nervosas periféricas.
Seu papel é empurrar sangue para os músculos, contraindo os vasos sanguíneos.
Como uma droga
A dopamina é fabricada numa pequena região cerebral chamada substantia nigra e arredores.
Suas moléculas têm um comportamento
parecido com as da cocaína.
Resultado: euforia, fluidez da fala e um tremendo descontrole motor que se traduz em gesticulação excessiva e tremor nas pernas.
Outro tipo de fome
Secretada pelas glândulas supra-renais, a adrenalina é um hormônio que acaba denunciando a pessoa que sente tesão: causa arrepio, aumenta o batimento cardíaco e a pressão arterial e ainda libera reservas de glicogênio do fígado, cortando o apetite do apaixonado.

A atração física precisa de um kit básico

Onde tudo começa O hormônio luteinizante, fabricado na hipófise, é o responsável pelo desencadeamento da maturidade sexual tanto nos homens quanto nas mulheres.
Ele também regula a ovulação e estimula os hormônios sexuais guardados nos órgãos genitais.
Típico de homem
Embora também esteja presente em pequeníssima quantidade nos ovários, é nos testículos que se produz a testosterona, o principal hormônio sexual masculino. 
Além de reger a atividade sexual do homem, também é responsável pelo crescimento.
Afrodisíaco natural
Desde 1993 a ocitocina, fabricada no hipotálamo e guardada na hipófise, é tida como o hormônio do prazer. 
Quando cai na corrente sanguínea, sensibiliza os músculos, aumentando a intensidade do orgasmo pela contração muscular.
Coadjuvante amoroso
O cortisol, secretado pelas glândulas supra-renais, acaba influindo no tesão por tabela. Seu papel é estimular a produção de insulina, hormônio presente do pâncreas que quebra açúcar do sangue e dá energia. 
O cortisol, portanto, dá o maior pique e também eleva a presão arterial.
Coisas de mulher
O estrógeno e a progesterona são hormônios sexuais femininos produzidos nos ovários.
O primeiro desenvolve os órgãos genitais femininos e atua no ciclo menstrual.
A segunda governa o crescimento do útero.
Fonte:http://profreporter.blogspot.com.br/2012/05/desejo-proibido.html

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