Conheça histórias de casais que têm uma relação aberta e garantem ser mais felizes assim

  • "É difícil as pessoas terem maturidade e boa autoestima para aceitar uma relação como a nossa", diz Rafael, que se relaciona com Patrícia (dir.) e Juliana ao mesmo tempo "É difícil as pessoas terem maturidade e boa autoestima para aceitar uma relação como a nossa", diz Rafael, que se relaciona com Patrícia (dir.) e Juliana ao mesmo tempo
Maria gosta de João, que gosta de Carina, que gosta de Roberto... Em uma relação convencional, esse tipo de situação provocaria conflitos. Mas há aqueles que consideram que existe uma solução simples e prática para o fim dos problemas. É só João namorar Carina e Roberto, ao mesmo tempo. Mais de duas pessoas podem estar envolvidas na mesma relação íntima e de forma estável e duradoura. É dessa forma que pensam e agem algumas pessoas, que defendem o relacionamento aberto, sem o compromisso de ter um único parceiro, sem o rótulo de ser homossexual, heterossexual, bissexual e sem a obrigação de manter relações –inclusive sexuais– apenas com os parceiros estáveis.
Procurados por UOL Comportamento, casais que vivem assim garantem que estão felizes com a escolha deste modelo. Alguns sentem ciúme. Outros se livraram desse sentimento ao adotar uma relação aberta. Todos, porém, concordam em um ponto: não abrem mão da liberdade de estar com outras mulheres e homens, juntos ou não com o titular.
Segundo a psicóloga Reviane Teixeira Ramos, especialista em trauma nos relacionamentos, uniões assim são viáveis. Para ela, é possível ser feliz e levar uma vida tranquila e prazerosa em uma relação que envolve mais de duas pessoas, desde que haja regras. "Como em qualquer relação, primeiro precisa existir um acordo. Os envolvidos precisam deixar claro o que querem. Caso contrário, sem dúvida, surgirão conflitos."
No entanto, Reviane diz que é preciso avaliar caso a caso. pois os que optam por um relacionamento livre podem, na verdade, ter dificuldade para encarar uma relação mais profunda. "De modo geral, é bem mais esperado que alguém se entregue amorosamente para uma só pessoa e tenha amor e sexo de forma mais harmoniosa. Quando a pessoa se distancia desse ideal, pode haver alguma dificuldade de se entregar. Se isso acontece, não é saudável."
As relações a três, quatro ou mais componentes podem até dar prazer. Mas a questão, para a psicóloga, é quando as coisas param por aí, no prazer físico. "Alguém que se entrega genuinamente encontra amor e sexo em uma única pessoa. E pode, da mesma forma, realizar muitas fantasias sexuais com ela. Relacionar-se com vários parceiros ao mesmo tempo pode gerar uma superficialidade que não será positiva no futuro."
  • Junior Lago/UOL Rafael namora Patrícia (dir.) há seis anos. Mas Juliana (esq.) também está nessa relação
O programador Rafael Dias Moreira, 27 anos, namora há seis anos a jornalista Patrícia, 28 anos. E os dois têm um envolvimento com Juliana de Freitas, 22 anos. Ora com uma, ora com as duas. Outras vezes, há outros parceiros ou parceiras esporádicos. E eles afirmam: a relação é prazerosa, tranquila, normal. "Sempre ficamos com outras pessoas, juntos ou separados", conta Patrícia.
Patrícia faz uma ressalva: "Não saio com outros homens. Homem é só ele. Não porque ele não goste ou não deixe. Não tenho interesse mesmo. A gente sai, basicamente, com amigas. E sempre os dois juntos". O acordo, no caso deles, é os dois estarem sempre juntos quando entra alguma parceira para o sexo. "É um relacionamento aberto, mas nem tanto. Temos de estar juntos para rolar."
E tem outro detalhe no acordo do casal: em uma balada, quando alguma mulher mostra interesse, é Patrícia quem decide o desfecho da história. "Eu tenho um olhar muito crítico. Se a gente está em uma festa e tem meninas a fim dele, sou eu que decido se rola ou não. Quando está só interessada nele, não rola, pois aí entra o ciúme na cena. A mulher tem de estar interessada nos dois. E os dois nela". Além disso, uma regra, para eles, é primordial: não pode ter apego ou emoção. "Isso é só entre a gente."
Para Rafael, o relacionamento é absolutamente normal. "As pessoas têm dificuldade de compreender e aceitar tudo o que é diferente. Foram doutrinadas a entender só um tipo de relação, mesmo que morram de inveja e queiram ter algo semelhante ao que a gente tem. Mas é difícil as pessoas terem maturidade e boa autoestima para aceitar uma relação como a nossa. Mas eu não julgo quem pensa diferente."

Já para outra integrante do grupo, Juliana, uma relação liberal é muito melhor. "Não tem desgaste. Ficamos juntos e todo mundo sabe da vida do outro. Não tem pressão. É muita liberdade. O que acaba com o relacionamento é o ciúme. E quando se está aberto a viver assim, a curtir as pessoas, é bacana."

Juliana diz não ter sido muito bem-sucedida em relacionamentos convencionais. "Já namorei. Mas os finais foram muito trágicos, por causa de ciúme. Muito horrível, pois eu sou bissexual. Eu sou uma pessoa aberta, muito aberta. Às vezes, as pessoas têm vontade, mas acham que têm de mostrar para a sociedade uma coisa. E não é assim que funciona a vida. Elas esperam muito do outro. Não estão acostumadas a viver de forma mais livre."

Fonte : http://estilo.uol.com.br/comportamento

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